domingo, 31 de julho de 2011

Niterói no rumo certo para se tornar referência em mobilidade urbana

Hoje em dia, um dos grandes problemas que afetam a vida do cidadão que vive na região metropolitana do Estado do Rio é o trânsito. Engarrafamentos são cada vez mais constantes. Mobilidade urbana é um dos temas que ganham cada vez mais importância no cotidiano das pessoas. Nossa querida Niterói não foge a regra.
O número de veículos circulando pelas ruas quase duplicou em 10 anos. Niterói tem hoje uma média de um carro para cada dois habitantes, o número supera – e muito – a média nacional, que é de um carro para cada seis habitantes.
Hoje em dia é cada vez mais fácil adquirir um automóvel. Os bancos financiam veículos em até 6 anos. O transporte público ineficiente faz com que as pessoas com algum poder aquisitivo utilizem o carro como principal meio de locomoção.Estas pessoas enxergam o carro como a solução para chegar mais rápido e com maior conforto aos seus destinos. Por conseguinte, enquanto a população de Niterói cresceu 6,1% em 10 anos, o número de veículos cresceu 98% no mesmo período, segundo dados do IBGE.
Outro grande problema é a falta de educação dos motoristas no trânsito. Estacionamento em locais proibidos, com filas duplas,calçadas ocupadas por motocicletas durante o dia.Cenas que se repetem diariamente em nossa cidade. A falta de respeito com as regras do trânsito são evidentes nas portas das escolas nos horários de entrada e saída de alunos.
A população de Niterói tem recebido, no entanto,algumas boas notícias. A implementação da linha 3 do Metrô, o Plano Jaime Lerner e o Estatuto da Bicicleta começam a sair do papel e representam um marco para o transporte público da cidade.
As intervenções que estão por vir, em longo prazo, proporcionarão a população de Niterói um transporte público de qualidade e eficiente. Respeitar as regras do trânsito e as sinalizações também é fundamental para um trânsito melhor.
Plano Jaime Lerner
O Plano Lerner foi elaborado em 2009. Baseado no modelo de modernização do trânsito de Curitiba, o ex-prefeito da capital paranaense projetou para Niterói um sistema de transporte que funcionaria com linhas de ônibus atuando de forma semelhante a um metrô de superfície ,conhecido como sistema BRT (Bus Rapid Transit). Segundo o projeto, serão cinco terminais de ônibus na cidade – sendo dois principais: um no Largo da Batalha e outro no Terminal Rodoviário João Goulart e três de integração no Caramujo, Charitas e na Região Oceânica.
Nos planos desenvolvidos pela equipe de Lerner, 94 ônibus de modelos articulados ou padrão farão a ligação entre os terminais. O passageiro não precisará pagar uma nova passagem ao desembarcar em uma das estações para pegar outro ônibus. Com isso, o número de veículos circulando cairia drasticamente na cidade. Atualmente, o sistema opera com 600 ônibus, transportando diariamente 235 mil passageiros.
Estatuto da Bicicleta
Os adeptos do uso da bicicleta como meio de transporte já podem comemorar. Está em vigor a lei 2832/2011, de autoria de Felipe Peixoto, que institui o Estatuto da Bicicleta no Município de Niterói.
A lei prevê grande ampliação da malha cicloviária na cidade, com sinalização vertical e horizontal. Pontos de estacionamento de bicicletas deverão ser localizados em logradouros públicos ou em locais de grande concentração de pessoas. Além disso, prevê a criação de um serviço de bicicletas públicas.
Linha 3
A linha 3 do Metrô ligará o Centro de Niterói a São Gonçalo. O projeto prevê a construção de 14 estações e o cronograma previsto para a execução da obra é de três anos e meio.
A construção da Linha 3 beneficiará 350 mil passageiros por dia, com redução significativa do tempo de deslocamento. Nos horários de pico, o tempo de deslocamento no trecho Niterói-São Gonçalo que é de 1h25, cairá para apenas 20 minutos com o novo sistema.

sábado, 2 de julho de 2011

Mais um golpe na qualidade da educação pública (ENEM x UFRJ)

Mais uma vez, alunos e professores do Estado do RJ foram surpreendidos com mais um equivoco dos dirigentes da educação de nosso país.
“A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu nesta quinta-feira (30) que irá oferecer 100% das vagas do vestibular 2012 pelas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Os estudantes terão de se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) para concorrer as vagas.A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário, com proposta do reitor Aloísio Teixeira. Participaram da reunião representantes de professores, alunos e servidores. Do total de vagas, 30% serão destinadas para alunos de escolas públicas. Mas desde que a renda per capita familiar não ultrapasse um salário mínimo (R$ 545).”
Vejamos o primeiro grande equívoco. Esta decisão foi tomada no dia 30 de junho, o ENEM será realizado nos dias 22 e 23 de outubro. Os professores e alunos começaram a se preparar em março ou até em fevereiro. A regra do jogo foi alterada durante o jogo. Os cursinhos, os colégios, os professores e os alunos, todos já traçaram suas estratégias, seus objetivos e metas. E agora? Mais uma vez os profissionais da educação são surpreendidos com decisões de última hora e mais uma vez o aluno (o principal prejudicado) é desrespeitado.
Analisemos o segundo absurdo. O vestibular da UFRJ era um dos vestibulares mais completos e bem elaborados do país. O vestibular da UFRJ era há 2 anos atrás composto apenas por provas discursivas. A prova discursiva além de não permitir o “chute”, verifica qual aluno está mais bem preparado quanto ao domínio do conteúdo e quanto à capacidade de expressar suas idéias e organizar seu raciocínio. O domínio de todo o conteúdo é fundamental uma vez que o aluno não tem o recurso das alternativas para ajudar a memória.
Além de tudo, a prova discursiva é a única maneira de avaliar se alunos tem ou não conhecimentos específicos que são pré-requisitos para o ingresso em determinados cursos. Por exemplo, para ingressar em um curso de engenharia, o estudante precisa conhecer uma função do 1º grau, função do 2º grau, uma PA, uma PG, Geometria Plana e Geometria Espacial. O estudante pode ser muito bom em história e geografia, pode ser ótimo em Literatura e fazer excelentes redações, porém se ele não souber bem matemática, não será um bom engenheiro. Resumindo, o ENEM seleciona o bom aluno no geral, porém ele não consegue identificar o bom aluno em uma determinada área.
Toda vez em nosso país que se fala em democratização do Ensino Superior, se fala em facilitar, em cotas, em bônus, mas nunca falam em investir pesado na Educação Básica. O desafio é democratizar sem baixar o nível de conhecimento, democratizar sem diminuir a qualidade. A verdadeira democratização do acesso ao Ensino Superior só ocorrerá quando todos os estudantes tiverem acesso ao Ensino Fundamental e Médio de alto nível e alta qualidade. E desta forma, todos em igualdade de condições disputarão uma vaga na Universidade Pública Gratuita e de Qualidade.

Tulio